Pará, um gigante das águas subterrâneas que possui o maior aquífero do mundo
Um volume equivalente a 29 milhões de Maracanãs cheios, ou de 35 mil vezes a baía de Guanabara. Essa impressionante reserva de água, que possivelmente estaria guardada no aquífero de Alter do Chão, no oeste do Pará, é hoje justamente o foco de um dos maiores esforços de estudos já feitos pela Faculdade de Geologia da Universidade Federal do Pará (UFPA): pesquisadores estão prestes a comprovar que o maior aquífero do mundo se encontra no Pará, justamente em Santarém, na área das praias de Alter do Chão.
Mas, o que é um aquífero? O que representa para o Pará possuir o maior aquífero do mundo? “Os aquíferos são um grupo de formações geológicas que podem armazenar uma enorme quantidade de água doce subterrânea. E ela é capaz de abastecer boa parte da população mundial”, explica o geólogo e pesquisador Milton Matta.
Atualmente, o maior aquífero do mundo é o Guarani, situado no Paraná. Estudos mostram que essa formação possui uma reserva de água estimada em 45 mil km³. Mas os pesquisadores paraenses querem provar que a reserva de água do aquífero de Alter do Chão é duas vezes maior que a do Guarani, com um volume que alcançria 86,4 mil km³, (86,4 quatrilhões de litros).
ESTUDOS
Para conseguirem comprovar para o mundo esses dados, os estudiosos da UFPA estão elaborando um projeto e irão apresentá-lo a representantes do Banco Mundial em busca de patrocínio. Segundo Matta, o governo paraense ainda não demonstrou interesse em custear a pesquisa. “Até o momento, não se teve recursos para esses estudos. O que foi feito até agora é fruto de esforços do nosso grupo de pesquisa”.
Matta lembra que o financiamento para os estudos envolveria dois passos. O primeiro seria uma etapa de sistematização de todo o material disponível, que duraria um prazo de oito meses e custaria algo em torno de R$ 300 a R$ 400 mil. A segunda etapa, mais longa, exigiria um conjunto de ações metodológicas, envolvendo trabalhos de campo e levantamentos geofísicos que podem durar em torno de quatro anos. “No total, iríamos precisar de US$ 5 milhões”, avalia Matta.
ABASTECIMENTO
O pesquisador lembra que, no caso de comprovação, os benefícios em possuir o maior aquífero do mundo serão imensuráveis, principalmente para a Amazônia, que já possui status valiosos como o maior depósito mineral do planeta, o maior volume de água doce do mundo e a maior floresta tropical do globo. “As águas amazônicas têm um valor estratégico para o país e para a humanidade que ainda é pouco compreendido pelos gestores brasileiros”, ressaltou Matta. “É um absurdo faltar água na Amazônia”.
Estudos mostram que a quantidade de água do aquífero de Alter do Chão é suficiente para abastecer toda a população do planeta por pelo menos 400 anos. “Se nos derem os meios, ofereceremos as respostas e soluções que contribuam para um caminhar seguro de progresso e bem-estar para os habitantes da Amazônia, do Brasil e do mundo. Assim, Alter do Chão não será mais uma promessa para os povos amazônidas e para o país, mas uma real oportunidade de tornar essa região menos apartada do restante do Brasil”, afirma o pesquisador.
De toda água no planeta, 97,5% são salgadas e não servem para o consumo da população e 1,7% está sob forma de gelo. O que sobra para abastecer a humanidade é em torno de 1% de água doce. Desse pouco, 96% estão sb a forma de águas subterrâneas. “A água subterrânea é 100 vezes mais abundante do que a água superficial. O problema, é que não se sabe aproveitá-la”, diz Matta, afirmando que, por exemplo, seria muito mais barato abastecer Belém com águas subterrâneas.cheios, ou de 35 mil vezes a baía de Guanabara. Essa impressionante reserva de água, que possivelmente estaria guardada no aquífero de Alter do Chão, no oeste do Pará, é hoje justamente o foco de um dos maiores esforços de estudos já feitos pela Faculdade de Geologia da Universidade Federal do Pará (UFPA): pesquisadores estão prestes a comprovar que o maior aquífero do mundo se encontra no Pará, justamente em Santarém, na área das praias de Alter do Chão.
Mas, o que é um aquífero? O que representa para o Pará possuir o maior aquífero do mundo? “Os aquíferos são um grupo de formações geológicas que podem armazenar uma enorme quantidade de água doce subterrânea. E ela é capaz de abastecer boa parte da população mundial”, explica o geólogo e pesquisador Milton Matta.
Atualmente, o maior aquífero do mundo é o Guarani, situado no Paraná. Estudos mostram que essa formação possui uma reserva de água estimada em 45 mil km³. Mas os pesquisadores paraenses querem provar que a reserva de água do aquífero de Alter do Chão é duas vezes maior que a do Guarani, com um volume que alcançria 86,4 mil km³, (86,4 quatrilhões de litros).
ESTUDOS
Para conseguirem comprovar para o mundo esses dados, os estudiosos da UFPA estão elaborando um projeto e irão apresentá-lo a representantes do Banco Mundial em busca de patrocínio. Segundo Matta, o governo paraense ainda não demonstrou interesse em custear a pesquisa. “Até o momento, não se teve recursos para esses estudos. O que foi feito até agora é fruto de esforços do nosso grupo de pesquisa”.
Matta lembra que o financiamento para os estudos envolveria dois passos. O primeiro seria uma etapa de sistematização de todo o material disponível, que duraria um prazo de oito meses e custaria algo em torno de R$ 300 aR$ 400 mil. A segunda etapa, mais longa, exigiria um conjunto de ações metodológicas, envolvendo trabalhos de campo e levantamentos geofísicos que podem durar em torno de quatro anos. “No total, iríamos precisar de US$ 5 milhões”, avalia Matta.
ABASTECIMENTO
O pesquisador lembra que, no caso de comprovação, os benefícios em possuir o maior aquífero do mundo serão imensuráveis, principalmente para a Amazônia, que já possui status valiosos como o maior depósito mineral do planeta, o maior volume de água doce do mundo e a maior floresta tropical do globo. “As águas amazônicas têm um valor estratégico para o país e para a humanidade que ainda é pouco compreendido pelos gestores brasileiros”, ressaltou Matta. “É um absurdo faltar água na Amazônia”.
Estudos mostram que a quantidade de água do aquífero de Alter do Chão é suficiente para abastecer toda a população do planeta por pelo menos 400 anos. “Se nos derem os meios, ofereceremos as respostas e soluções que contribuam para um caminhar seguro de progresso e bem-estar para os habitantes da Amazônia, do Brasil e do mundo. Assim, Alter do Chão não será mais uma promessa para os povos amazônidas e para o país, mas uma real oportunidade de tornar essa região menos apartada do restante do Brasil”, afirma o pesquisador.
De toda água no planeta, 97,5% são salgadas e não servem para o consumo da população e 1,7% está sob forma de gelo. O que sobra para abastecer a humanidade é em torno de 1% de água doce. Desse pouco, 96% estão sb a forma de águas subterrâneas. “A água subterrânea é 100 vezes mais abundante do que a água superficial. O problema, é que não se sabe aproveitá-la”, diz Matta, afirmando que, por exemplo, seria muito mais barato abastecer Belém com águas subterrâneas.
Governos ignoram reserva desde os anos 60
Com status de celebridade depois de ser eleita pelo jornal inglês The Guardian como a praia mais bonita do Brasil, a pequena e encantadora vila de Alter do Chão, localizada à margem direita do rio Tapajós, a 32 quilômetros de Santarém, ainda não tomou conhecimento de mais um título que a coloca em posição de enorme destaque no cenário internacional.
Embora Alter do Chão seja a referência daquele que já é apontado pelos pesquisadores como o maior aquífero do Brasil e, muito provavelmente, do globo, sua população continua alheia ao fato e, por falta de informação, está longe de poder avaliar a importância que ele tem num planeta em que a água doce é cada vez mais escassa e já se tornou um bem estratégico de alto valor comercial.
De acordo com José Ribeiro dos Santos, engenheiro operacional da Cosanpa em Santarém, tudo começou na década de 1960, quando a Petrobrás e a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, empresa do Ministério de Minas e Energia), em trabalho conjunto de pesquisa, perfuraram naquela área um poço com cerca de 1.500 metros de profundidade. Até onde se sabe, não foram ali encontrados indícios da presença de minérios ou de hidrocarbonetos.
Os pesquisadores foram surpreendidos, porém, pela presença de um gigantesco lençol de águas subterrâneas, que estudos posteriores puderam dimensionar com mais precisão. Historicamente, considerava-se que o aquífero Guarani, localizado no Sul e Sudeste do país, era o maior do Brasil. Hoje, esse título pode pertence ao aquífero de Alter do Chão. Com 437.500 quilômetros quadrados de extensão e espessura de 545 metros , ele detém um volume de água superior ao do Guarani, este um pouco mais extenso, porém com menor espessura.
Mas não é só a comunidade local que parece ignorar os encantos redescobertos de Alter do Chão. A Prefeitura Municipal de Santarém e o Governo do Estado, a julgar pela situação de abandono da vila e pelos relatos de seus moradores, também estão de olhos fechados para o futuro. É o que pretende mostrar reportagem do DIÁRIO a ser publicada na edição de amanhã.
RESERVAS
Aquífero de Alter do Chão
- Volume de 86.400 Km³, (86,4 quatrilhões de litros) e uma espessura de 545 metros .
- Qualidade de água melhor à do aquífero Guarani.
- Hoje é o maior manancial de água doce subterrânea do mundo.
- Está localizado na região centro-leste.
- Reserva hídrica calculada em torno de 45 mil km3. (Diário do Pará)
Fonte:http://www.diariodopara.com.br